O Arroz de Casca

sexta-feira, dezembro 28, 2007

o que há em mim é sobretudo cansaço

Tenho tanto para escrever mas o cansaço tolda-me. Caos familiar. Natal. Morte. Paixão. Amor. Falta de perspectiva. Festa. Recordações. Aniversário. Desencontro. Constatações. Faróis de Nevoeiro. Amizade. Estas expressões-chave por agora vão ter de ser suficientes. Amanhã pode ser que esteja melhor. Ou pior...Sendo que , no fundo, nada disto interessa realmente, sem ser alguns (poucos) feéricos pormenores.

a-todos-um-bom-Natal

Apesar desta que aqui se assina não ter tido oportunidade de desejar a-todos-um-bom-natal, cá ficam os desejos, atrasados mas sinceros, de que tudo tenha corrido sobre renas.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

timeless...

o natal é ********************

Eu bem que tentei. Juro que tentei. Lista antecipadamente. Não ceder ao consumismo. Ver o lado positivo da coisa. Tentei. Tentei. Tentei. Mas o sr. NATAL deu conta de mim outra vez...Durante anos lutei contra o espírito anti-natalício militante reinante na família que, como é bom de ver, só piorava a coisa. 'O Natal será o que nós fizermos dele': assim tentava pensar a minha espécie de optimismo contra-corrente. Mas confesso que o mês tem sido, nos últimos anos, a desgraça do calendário...Mês de balanços do ano, mês de compras desenfreadas, mês de discussões a toda a hora, mês de desmoronamentos familiares e outros, mês de (des)encontros estranhos. E os últimos 15 dias de Dezembro? Bom, isso então parecem dois anos. Tive um 'jackpot neurótico' quando depois de uma hora a gritar ao telefone por causa da porcaria da troca do computador, tive de, em plena Fnac, quase esganar um cliente, dois funcionários e o santo (obrigada!) que me acompanhava. Mais de 3 horas enfiada numa loja por causa de presentes e computador? E trucidar alguém, não?
Pois é. Este mês de aniversário, Natal, passagem de ano e tudo o mais é dose. Já estou assim e os três eventos estão ainda para acontecer...E eu bem que procuro o tal espírito positivo e tal. E eu gostava tanto de Dezembro. E da contra-corrente. E do dia-em-que-tinha-direito-a-fazer-tudo. Agora a onda negativa assola-me as entranhas(sim, que a força das enxaquecas está cá para prova). Mas com a carga de stress natalício - que é esta bola de neve que junta tudo - quem é que aguenta?
Acho que vou pedir asilo por síndrome de stress pós-natalício. Pode ser que alguém tenha peninha da menina e ofereça, sei lá, o próximo final de Dezembro no Rio de Janeiro? Até já me estou a ver, de branco, no fim de ano, a oferecer flores a Iemanjá. É caso para dizer: fia-te no Cristo Redentor e não corras!

É incrível. É mesmo do outro mundo!

Lembram-se do título daquele extraordinário concurso importado da américa-bacoca, no tempo em que só havia 4 canais? Ah, pois é. Mas todos os dias, neste Portugal português, continuamos a ver coisas incríveis vindas de dentro da caixinha mágica. Hoje vi um anúncio que era mais ou menos isto: Envia "Bia" AMA "Guga" para o 4999 e receberás de imediato o teu coração digital para pôr no telemóvel por não sei quantos euros...Et voilá: lá aparece o coração rosa-néon que o famigerado utilizador coloca como "rosto" do telefone. Não querem, já agora, acrescentar azevinho à decoração do coração-néon? Deviam pensar seriamente nisso e cobrar mais x euros pelo azevinho. Afinal é Natal e o "gosto" dos portugueses (empresas e consumidores), como o desemprego, "sobe" em flecha.

quarta-feira, dezembro 19, 2007

fascínios

A paixão é um bicho estranho de facto. Sou muito dada às paixões por criaturas humanas, sejam elas de que natureza forem. Já me apaixonei não sei quantas mil vezes. No entanto, e em períodos onde não existe aquela paixão que nos preenche a vida, surgem, em criaturas de coração mole, outras. Todas diferentes. Umas mais diferentes que outras. Quero com isto dizer que as podemos viver (ou sentir) intensamente, que podemos sonhar com elas e fazer outras loucuras maiores por elas enquanto duram (mesmo que seja só na cabeça). Mas se se desvanecem no ar e "já foram", tudo vai depender da intensidade da história, da maneira como conhecemos o outro e da própria natureza da coisa. Se há bem pouco tempo constatava que havia coisas sobre mim própria que desconhecia e que havia "mutações" que não sabia onde me iam levar...também posso dizer que há coisas que se mantêm. E agora não sei se é o caso de ficar aliviada: ah, afinal sou fiel à minha essência ou se deveria pensar - bolas, bom era que mudasse alguma coisa, "sofria" menos assim. Adiante. No meu caso, a constatação é esta: se foram casos em que a mente e a personalidade da pessoa me fascinaram e se lidei muito com esses aspectos mais mentais ou intelectuais... é muito pior. Essas são as paixões "mais diferentes do que as outras". Aquelas em que imaginámos ter chegado a conhecer o outro (e a fascinarmo-nos ou identificarmo-nos) com ele. Imaginamos ter passado além da passagem secreta. E normalmente há um misto de imaginação e um misto de "verdade". Aquelas são as paixões capazes de nos oferecer ciúmes, irritação ou interesse durante anos a fio (nos momentos em que ouvimos falar delas), por mais distantes que estejam de nós. Aquelas por quem os sinos dobram.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Se puderem, ajudem

O assalto que ocorreu este fim-de-semana à Comunidade Vida e Paz é qualquer coisa de vergonhoso. Não posso deixar de me indignar. Por muitos motivos, nomeadamente por já ter sido voluntária e ter a noção da necessidade dos sem-abrigo. A comunidade vai fazer no próximo fim-de-semana (14, 15 e 16) a festa de Natal para eles, e ficou sem muitos dos mantimentos necessários.
Se puderem passem por lá, façam um donativo, passem a palavra, qualquer coisa...
Para chegar: Rua Domingos Bontempo, 7, Alvalade, Lisboa. Mapa:http://www.cvidaepaz.org/images/mapas/alvalade-mapa.bmp

Aqui fica o link para ver a lista de bens necessários e outros esclarecimentos: http://www.cvidaepaz.org/


Recadinho para os ilustres assaltantes: todas as asneiras do mundo + engulam uma tonelada de melões* viscosos. Cambada de Anormais!

*O "melão" é um ódio de estimação pessoal, para quem não sabe. E este é um insulto infantil à séria!!!


sábado, dezembro 08, 2007

pura fusão ou pura confusão


Confusão, agitação, obsessão, dúvida, realidade invertida, destino em finta constante, sentimentos multiplicados, sensações fortes, novidade. Há momentos em que a vida nos troca as voltas. Leva-nos para lugares (interiores e exteriores) que nunca imaginámos conhecer. Sítios onde o ar escasseia e a paisagem é invertida e absurda. E questionamos: será possível tal mutação? Tal elasticidade? Tal afastamento de tudo o que sabíamos até então sobre nós provoca, no mínimo, um efeito de bússola desorientada. Desenvolvemos obsessões, gostos, necessidades que não conhecíamos. E não sabemos se por nos deixarmos ir de uma forma acrítica pela mão do destino ou por uma espécie de necessidade absoluta que ainda desconhecemos - mas que nasce de nós. Será caso de pura fusão com a nossa verdadeira essência - e que ainda não tinha acordado; será que são as circunstâncias a transformar a nossa forma de sentir? A dúvida fica no ar. Neste momento é como se fosse um ser azul, sem nome definido, a habitar um planeta verde à procura de uma estrela brilhante. Não constam registos deste planeta no sistema solar, nem em todas as obras de ficção já editadas sobre o assunto. Desenvolvimentos aguardam-se.

sexta-feira, dezembro 07, 2007

uma boa recordação - Marillion e Fish


Agora que refresquei a memória (que estava enevoada, mas não totalmente equivocada) sobre estes senhores, cá fica uma boa recordação: Kayleigh.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

uma (inevitável) homenagem aos fabulosos



Eles chegaram à América e fizeram literalmente parar o trânsito. A polícia censurou-os. Nunca pensei que o vídeo tivesse a estória toda. É longo mas vale a pena, sobretudo os pormenores. Oiçam e vejam!

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Olha mais um trabalho de Anton Corbijn

Para além de Control, o interessante filme sobre Ian Cutis, agora nos cinemas, foi também o seu realizador, o fotógrafo Anton Corbijn, o responsável pela imagem de The Joshua Tree, o álbum dos U2 que, em 1987, haveria de marcar a sua carreira e de os catapultar para uma dimensão planetária. Parafraseando um jornal nacional, é importante frisar (não estivessem os U2 sempre no meu coração) que o álbum que faz agora 20 anos, tal como lhes abria os "portões" da América - com capas na insuspeita Time, tops de vendas, grandes prémios e primeiras digressões em estádios - transportava também uma outra América para as suas músicas. O disco acompanhou o início da militância política mais ou menos pública de Bono e, entre outros factores coadjuvantes, parece ter sido a obra certa na hora certa. Segundo os especialistas, é também nesta época que a banda se afasta do pós-punk, e agarra uma versão mais "clássica" na composição. O disco, dizem ainda os entendidos, tornar-se-ia uma marco nos anos 80 e na história do rock. Um som onde ficaram gravadas estórias do deserto americano, com Where the Steets have no Name, ou onde se questiona os paradoxos do amor, em With or Without You.
Diz que a imagem não é junto à verdadeira Joshua Tree - árvore que dá nome a um parque nacional na California, que inclui os desertos de Colorado e Mojave. É uma espécie de árvore-cacto característica da zona. Anton Corbijn terá marcado o disco e o momento da banda com esta imagem, no Vale da Morte, Califórnia.