O Arroz de Casca

quarta-feira, dezembro 19, 2007

fascínios

A paixão é um bicho estranho de facto. Sou muito dada às paixões por criaturas humanas, sejam elas de que natureza forem. Já me apaixonei não sei quantas mil vezes. No entanto, e em períodos onde não existe aquela paixão que nos preenche a vida, surgem, em criaturas de coração mole, outras. Todas diferentes. Umas mais diferentes que outras. Quero com isto dizer que as podemos viver (ou sentir) intensamente, que podemos sonhar com elas e fazer outras loucuras maiores por elas enquanto duram (mesmo que seja só na cabeça). Mas se se desvanecem no ar e "já foram", tudo vai depender da intensidade da história, da maneira como conhecemos o outro e da própria natureza da coisa. Se há bem pouco tempo constatava que havia coisas sobre mim própria que desconhecia e que havia "mutações" que não sabia onde me iam levar...também posso dizer que há coisas que se mantêm. E agora não sei se é o caso de ficar aliviada: ah, afinal sou fiel à minha essência ou se deveria pensar - bolas, bom era que mudasse alguma coisa, "sofria" menos assim. Adiante. No meu caso, a constatação é esta: se foram casos em que a mente e a personalidade da pessoa me fascinaram e se lidei muito com esses aspectos mais mentais ou intelectuais... é muito pior. Essas são as paixões "mais diferentes do que as outras". Aquelas em que imaginámos ter chegado a conhecer o outro (e a fascinarmo-nos ou identificarmo-nos) com ele. Imaginamos ter passado além da passagem secreta. E normalmente há um misto de imaginação e um misto de "verdade". Aquelas são as paixões capazes de nos oferecer ciúmes, irritação ou interesse durante anos a fio (nos momentos em que ouvimos falar delas), por mais distantes que estejam de nós. Aquelas por quem os sinos dobram.

5 Comments:

  • Ó Arrozinho, como tu tens razão!!!As paixões mais tramadas são mesmo aquelas em nos apaixonamos pelos traços de personalidade...pela inteligência, sentido de humor, por uma forma particular de agir...enfim...por um toque especial sempre além e para além do físico!!! Estas sim, são as paixões para a vida!!! O meu próprio maridinho já sabe que só casei com ele porque o Jeremy Irons não me quis!!!! ehehehehehehehhe...(ele sabe que há uma paixão de fundo por esse homem!! ehehehehehehehehehehhe)
    Ha sempre um Jeremy Irons na nossa vida! (arre! Antes houvesse!!!!)...algumas pessoas conseguem ficar mesmo com eles; outras vêem os filmes com este comentário de fundo:" Ó IM, já posso tirar este gajo daqui e mudar de canal???"...lololololololol...
    "OK, respondo...vês como gosto mais de ti do que do Jeremy Irons?"???? eheheheheheh....
    lolololo

    By Blogger IM, at 8:14 da tarde  

  • Ora aí está um homem a quem eu sempre achei uma graça muito especial. Então naquela época do "Reviver o Passado em Brideshead"...extraordinário! E um excelente actor.
    Os nossos "gostos" ou "desgostos" em comum aumentam a cada dia! ;) Eheheheheh!
    Engraçada também a história do maridinho. Durante muito tempo julguei que não existia (presentemente). Só me apercebi da situação quando o Mikas ficou a morrer de saudades no Verão.
    Quanto às ditas "paixões"...algumas não me deixam em paz( houve épocas em que era foi grave mesmo). E às vezes era tão bom apagá-las. A primeira de todas(já foi quase noutra vida) às vezes ainda me "dói" quando oiço falar de...E este post vem a propósito de uma que já devia estar mais que arrumada na gaveta. Mas, lá está, a malta sabe qq coisa sobre o assunto e lá vem o ciúme, a nostalgia, etc, a provar que o sentimento - ou a ideia do sentimento - está muito mais viva do que gostaríamos. E até podemos estar a viver outras coisas...Mas o que marca, marca. Pronto, agora é que já só faltam os violinos... ;)

    By Blogger g., at 2:05 da manhã  

  • Bolas, uma pessoa dorme um bocadito e chega aqui e já tem uma catrefada de posts!!!! ehehehheeh
    Pois parece que temos muita coisa em comum!! ;-)..Ainda bem que concordas quanto ao JI!!!
    O maridinho existe, pois claro, há quase 13 anos!!!! E acho que a coisa é mesmo para vida toda, o que já é um achado nos dias que correm!
    Pois é...mas as paixões são mesmo como dizes e aquela 1ª é sempre q que mais marca, por tudo...
    ;-)
    IM

    By Blogger IM, at 10:24 da manhã  

  • Ainda bem que achas que é uma coisa para a vida toda. Mas, não agoirando, sou pouco crédula em relação ao "para sempre". À minha volta sempre vi e continuo a ver coisas (as longas também) a desmoronar.
    A menina casou com 24 anos???? Nem parece coisa da sua geração.
    A maior parte da malta que conheço, tal como eu, passa dos trinta ou está nos trinta, e rien. As excepções são poucas.
    Também não valorizo o casamento como instituição. Não me imagino a casar. A viver com alguém sim, o que, na prática, dá no mesmo.

    By Blogger g., at 2:46 da tarde  

  • 25, Arrozinho, 25, dado que já estou a caminho dos 38 e dos 13 de casamento!
    Pois, eu quando digo para a vida toda é sempre pensando na nossa realidade, claro, pois é óbvio que qualquer relação pode desmoronar e a qualquer momento!
    Acho que casei quando foi a altura para mim...o casamento, no sentido do compromisso legal, nunca me assustou e, quando há crianças, isso faz sempre diferença, mas não sou nada contra uniões de facto, muito pelo contrário, dada a fragilidade das relações de hoje em dia...

    By Blogger IM, at 4:09 da tarde  

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