O Arroz de Casca

quinta-feira, novembro 08, 2007

para pensar

Quando às vezes se valoriza o que é perene (ou se queria que fosse), como a amizade (etc, etc, etc), porque é que o seu (quase) oposto é igualmente verdadeiro. Como diria uma "blogger" que muito prezo, isto hoje fez-me pensar...

«O valor das coisas não está
no tempo em que elas duram,
mas na intensidade
com que acontecem.
Por isso, existem
momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.»

Fernando Pessoa

8 Comments:

  • Ó Arrozinho....ehehehehehhe...ohh...
    Lindas palavras, estas, as do grande Fernando Pessoa...fazem-me lembrar outras não menos sábias de um autor que admiro profundamente: Virgílio Ferreira. Na página 41 de uma das melhores obras que já li e cujo nome inspirou o meu bloguezito - Pensar - , diz-se assim: "Porque a eternidade não se mede pela sua duração, mas pela intensidade com que a vivemos".

    ...e sim...existem mesmo coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis...

    Beijinhos grandes!
    IM

    By Blogger IM, at 5:47 da tarde  

  • Também gosto bastante do Virgílio, embora não conheça muito bem a obra. Acho que só li o "Em Nome da Terra". Concordo absolutamente com a eternidade e a intensidade dos momentos. O problema é que, na prática, às vezes, a intensidade esfuma-se demasiado rápido e queremos tanto viver intensamente que acabamos por viver momentos intensos e pseudo-intensos (aqui está o problema - é difícil distingui-los),alguns muito destabilizadores. E a questão é que queremos mais. Como um vício de intensificar a intensidade. É uma espécie de andar atrás dela ou ter uma enorme tendência para que esses momentos nos aconteçam. Talvez pela nossa "disponibilidade" para coisas intensas. E depois...depois ser capaz de mergulhar na maior das tristezas... Entendes, não entendes?

    By Blogger g., at 6:55 da tarde  

  • Entendo. De tanto querermos estar inteiros na intensidade, fragmentamos e passamos a ter picos de intensidade plenos de descontinuidade. A intensidade e a desilusão andam de mãos dadas na exacta medida da distância que diametralmente as opõe...
    Beijinhos.

    By Blogger IM, at 8:08 da tarde  

  • Pois é. Andam de mãos dadas. Muita razão, IM. Chuif! (hoje estou assim)

    By Blogger g., at 4:32 da tarde  

  • Beijinho...:-)
    Nunca te esqueças que tudo o que nos acontece para que nos tornemos maiores e melhores...verás.
    :-)

    By Blogger IM, at 9:49 da tarde  

  • :)

    By Blogger g., at 5:45 da tarde  

  • ainda sou uma novata nesta esfera dos blogs, mas é incrível como é possível encontrar, nas palavras dos outros, tudo o que sentimos... e assim nos sentimos menos sozinhos.
    A frase de Pessoa não era desconhecida, mas mais importante que isso é partilhar contigo esta ideia de que correr atrás da intensidade nos pode trazer tristeza...
    Mas também é verdade que quando convertemos a tristeza em certeza de que a felicidade valeu a pena, quando aprendemos a prolongar esses momentos... aí conseguimos ser felizes e aí talvez faça todo o sentido que a nossa vida seja um verdadeiro "Carpe Diem"!

    Um abraço carinhoso

    By Blogger carinhosa, at 11:46 da manhã  

  • O "Carpe Diem" faz-me cada vez mais sentido. É que quanto mais "crescemos" mais vemos que não controlamos nada, por isso o melhor é não deixar as coisas por viver. Apesar dessa constatação, é difícil achar que alguns momentos foram felizes porque - embora o tenham sido de facto naquele instante - muitos são "menorizados" pelas circunstâncias "vazias" ou, pior, "cinzentas" que se lhes seguem. Pegando na tua ideia, se calhar o que nos resta nessas situações é pensar que nós próprios fomos sinceros com a situação. Isso pode ser uma forma de felicidade/intensidade. Fizemos como fizemos porque era assim que estávamos/sentiamos no momento. Depois se a "realidade" não for coerente ou feliz para com o nosso momento...Bom...talvez viver outros...?
    Obrigada por teres passado aqui. E pela mensagem. Aparece. ;)

    By Blogger g., at 1:27 da manhã  

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