Mais um corrida, mais uma viagem. E o Lux comemorou as suas 8 primaveras. O que não foi nada primaveril foi a maneira como decorreu o evento. Duas ou três horas de fila à porta? Trinta ou quarenta minutos para, depois de 3 horas de espera, pedir um bebida???? Não, amigos, assim não dá. Gostamos do Lux, admiramos Manuel Reis, mas tudo tem o seu limite.
O tema Fellini & Almodovar foi muito bem pensado e teve uma resposta massiva dos convidados da casa. Nem no Carnaval se assiste a tamanha demonstração de imaginação perante o universo de dois criadores. Muita gente diferente, muitos disfarces criativos e personalizados. Mas ter de passar por um júri à porta para decidir se - quem foi convidado - está mascarado de forma interessante? Se "merece" entrar? Com tamanha demonstração de gente "imaginosa" e generosa como estes, repito, convidados, não era necessário.
De facto o 7 é um número simbólico. O ano passado ninguém duvidou. Uma organização melhor, mais atenta. Muitas portas que dividiam as pessoas e evitavam horas de espera. Uma festa extraordinariamente bem "produzida" com instalações, performance ao vivo, especialidades gastronómicas, recriações de época (lembram-se do fantástico cabeleireiro e cabeleireiras?), entre outros mimos .
Pois este número redondo não correu tão bem - embora deva ter havido coisas fantásticas que muitos que, como eu, entraram às 4 da manhã, já não puderam apreciar...
Entretanto,várias e pertinentes questões pairam no espírito de todos aqueles que se habituaram a acarinhar a melhor e mais cosmopolita discoteca/bar/sala de concertos do país... Para quê convidar para "nossa casa" muito, muitíssimo mais gente do que a que lá cabe de forma minimamente confortável? Para quê tanta espera? Para quê o julgamento, seguido da demonstração da grande honra de ter passado sob o crivo do júri? (Um verdadeiro óscar para o convidado??? [esta tem direitos de autor]) Catarina Portas a olhar para o nosso vestido e lançar um sonoro "sem dúvida"??? Isto não é o baile de máscaras da terra do sr. Jardim!
O Arroz de Casca acha que só há uma explicação para isto. Tudo acontece na sequência de alguma decadência que a casa tem sofrido desde que a porta sofreu alterações. Profundas. Desde que a frequência é outra e muito menos "misturada" do que em tempos idos, desde que, no Verão (amigos no Verão!), se pinta o fantástico 1º andar de preto e, em termos de organização do espaço, se volta as costas às varandas e ao rio. O Arroz de Casca acha que Manuel Reis está ausente. E tem pena.
Toda esta prelecção crítica em torno da festinha de aniversário? Pois que se fale daquilo que é bom, para que se não estrague. Se me diverti? Pois, acabei por me divertir. (É claro que também havia coisas bonitas e bem feitas). Encontrei muita gente. Ri muito. Dancei. Encarnei uma "bonitinha, bem comportadinha e penteadinha" criatura vinda do imaginário feliniano.
Mas se eu - e mais umas centenas - demos a volta à noite, foi graças à nossa infinita paciência e a uma grande dose de boa disposição. Porque a casa não fez as honras. (E toda a gente sabe que quanto mais alto se sobe, maior é a queda.) E o anfitrião, esse, não deve ter sabido da festa a metade.