O Arroz de Casca

quarta-feira, maio 09, 2007

o chocolate pode vir depois

Soneto não-relativo

Às vezes somos assaltados por um momento de irrealidade, de ilusão permitida. Queremos ir mais além e agarrar o destino como quem morde a onda que só acontece no equinócio. Às vezes queríamos um raio de luz a pairar sobre o mundo que iluminamos com o petróleo da imaginação. Ele espalha-se, deita cheiro, deixa rasto, leva-nos para as profundesas do seu turbilhão de imagens e gestos. E nós? Nós só queríamos uma brecha de emoções claras, vigorosas e anunciadamente verdadeiras. «Era um soneto de emoções de verdade-não-relativa, por favor! O chocolate pode vir depois.»