O Arroz de Casca

quarta-feira, maio 09, 2007

As pessoas são complicadas

Tão complicadas que perdem posts quilométricos inteirinhos. Raivaaaaa!
Estava lindo o meu post. :( Chuif!Vou tentar recuperá-lo. Cá vai:

Quando eu era pequena era uma pequena calada. Introspectiva. Sempre com a cabeça nas nuvens. O meu avô abria sorrateiramente a porta do meu quarto e questionava: «O que estás a fazer?». «Estou a pensar». «Estás a "pinsar"», repetia ele, entre risos. Pensei muito. Pensei demais. Com demasiada força. Pensei violentamente. Pensei no que não devia ainda pensar. Pensei em circuito fechado, entrei num labirinto. Troquei os fusíveis e não fui a lado nenhum. Muito menos à direcção que a vida pode ou deve levar. Agora tenho vontade de agarrar na filosofia e na filosofia de vida, metê-las no caixote do lixo e gritar. Quero que se lixe a psico-filosofia e o meta-eu. Quero cantar. Quero apanhar sol, mergulhar no mar, dizer disparates, fazer disparates. Apetece-me ouvir anedotas parvas, fazer orelhas moucas. Apetece-me ouvir música aos gritos. Apetece-me comer doces e dar beijos sonoros. Apetece-me não fazer nada e fazer greve à cara-séria. Nada simplesmente. Façam por mim. Pensem por mim. Trabalhem por mim e reflictam vocês agora - nem que seja só por uns momentos - nas questões transcendentes que eu sei que não me vão largar. Entretanto, deixem-me dar a volta ao mundo três vezes, caminhar sobre as águas, rir, rir, rir do mais banal pormenor. Ir ao fundo do mar colher uma estrela. Apetece-me gritar e rir e roubar a arca dos gelados e fugir a correr. Não quero pensar. Vou puxar-te as orelhas e esconder-me. E não hás-de saber nunca que fui eu.

nota: este post não é o que era, mas foi o possível dado que nada se repete