O Arroz de Casca

terça-feira, maio 01, 2007

«Mira, que bonito!»





Olá cá estou eu, depois de regressada da famigerada viagem a Barcelona e com mais um feriado (à noite) em cima. Desculpem qualquer "desinspiração", mas estou com dorzita de cabeça e uma irritação. É que a noite ontem rendeu-me a perda do meu 15º telemóvel e...novamente os números perdidos. Adiante que é para não me irritar mais. Vamos ao que interessa: Barcelona. Barcelona é das únicas cidades que conheço onde viveria. Tem água, tem vida, tem movida, tem boa disposição, tem cultura, tem charme, tem tanta coisa. Esta já foi a terceira vez que lá estive e recomendo a melhor casa de tapas de sempre: Bar Mondial. Um "estabelecimento" "anitiquiquissímo" que tem nas paredes fotos e postais antigos de heróis do boxe. Só faltaram mesmo os nossos Belarmino e Tarzan Taborda. De resto eu e as minhas companhias de viagem achámos tudo encantador - a mais piquena coisa era brindada com a digníssima expressão «mira que bonito!!!».
Bonito, bonito (fora as canções do Tozé Brito) é ter conhecido a casa que poderia ter sido construída para mim: a Casa Batló. Uma casa imaginada e construída pela genialidade de Gaudi e dedicada ao mar. Uma construção só de ondas, beleza e frescura. Um sítio sem arestas.
Inacreditável é também a mestria do pavilhão de Mies Van der Rohe, feito para a exposição de 1929. De uma modernidade e uma beleza indescritíveis, de um leveza e perfeição extraordinárias. É algo que nos prende e de onde temos a sensação de não conseguir arredar pé. O pavilhão abre portas entre o natural e o construído, como se da própria explicação do milagre da criação se tratasse.
Depois veio a cereja em cima do bolo: a caminho de casa com os pés mais moídos que carne picada, encontrámos numa praça - onde só cabia uma líndissima igreja iluminada - um grupo de pessoas que não se conhecia a dançar danças barrocas com música ao vivo. Não olhámos para trás nem esperámos dois segundos: juntámo-nos a eles e aprendemos a dança e a autenticidade do espírito catalão.
Não posso deixar de contar os episódios mais caricatos: um rapaz recém-enamorado e super-nervoso com uma ramo de girassóis à espera da sua dama no Bar Mondial. Uma cena idílica de quem está apaixonado à três dias. Foi bonito. Claro está que quando o brutamontes-sensível do empregado veio perguntar o que é queríamos, respondemos: flores. Ao que ele riposta: flores e alguém para as trazer! No seguimento caricato da coisa cá vão mais dois - o fulano do apartamento ao lado do nosso (que por sinal vivia com uma rapariga ausente) a fazer-nos sinais pela janela e perguntar se podia ir ter connosco...Só visto, porque contado ninguém acredita. Last but not the least - a "senhora" dos apartamentos (que já à chegada nos deixara a chave debaixo do tapete - ou seja, corremos alto risco de ficarmos à uma da manhã apeadas em Barcelona) alugou o nosso apartamento na última noite. Resumindo: ficámos a dormir num buraco sem janela, w.c. de gosto duvidoso e duas camas para três. Perfeito, perfeito, perfeito.
Muito, muito mais havia a dizer. Mas estas são as minhas cerejas. Aqui as sirvo para que disfrutem um bocadinho delas também.
ps- O telemóvel apareceu. Aleluia!

3 Comments:

  • mira que bonita viagem!!! acrescento mais 2 episódios, o nosso cavalheiro Dacosta, e o animador da plaza real e seu beijo!
    siguro que foi mto bom barça!!

    By Anonymous Anónimo, at 11:00 da manhã  

  • pois diria que foi muito bem acrescentado. Dacosta e o palhaço não podiam ficar de fora. Eu acho até que a expressão «Dacosta e o palhaço» dava um bom título para um...conto?

    By Blogger g., at 1:19 da tarde  

  • e que conto!!!

    By Anonymous Anónimo, at 12:07 da tarde  

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