O Arroz de Casca

quinta-feira, junho 07, 2007

Encruzilhadas

Cruzamentos, encruzilhadas, novos caminhos, estradas de alcatrão, caminhos de terra batida, trilhos inexplorados na floresta...Tudo isto e muito mais se cruza de quando em vez na nossa existência - de cada vez que temos de tomar uma decisão e de cada vez que as decisões vêm ter connosco e nos pedem para serem tomadas...ou não. Às vezes andamos desesperados à espera que caminhos, portas e janelas se abram à nossa frente. Outras, é janelas a abrirem-se de par em par - e todas ao mesmo tempo - e nós sem sabermos em qual colocar o vaso da nossa sardinheira (pode ser manjerico pq estamos quase no St. António!). A partir de determinada altura temos a sensação de que qualquer chão que pisemos é mais definitivo, e que a escolha de um caminho leva a decisões que se ramificam por toda a nossa vida, e que serão determinantes a médio e longo prazo. Se temos de escolher um tipo de trabalho, sabemos que isso influirá no estilo de vida que possamos vir a ter e mesmo nas opções mais pessoais da nossa vida. E às vezes é terrível viver as coisas com semelhante peso. Queremos que as nossas escolhas sejam as mais felizes, as mais produtivas, as que nos façam verdadeiramente evoluir, as que não nos cortem as vazas da nossa vida pessoal...Pensamos, pensamos, pensamos e sabemos que qualquer escolha é difícil porque qualquer caminho é incerto. Por vezes a vida (o destino ?!) decide por nós; outras há em que temos a "ilusão" (?) de termos sido nós a decidir. Frequentemente racionalizamos demasiado e esquecemo-nos de que "às vezes a nossa natureza sabe mais do que nós". Se olharmos para trás, talvez intuição e circunstâncias tenham sempre o lugar de juíz nesta causa. Podemos é levar apenas a razão em ombros e não querer dar ouvidos ao lugar interior que nos fala desta "nossa causa".

ps- Na minha busca de imagens descobri que existem o Rei e a Rainha das Encruzilhadas, a Rainha das Sete Encruzilhadas e a Senhora das Encruzilhadas. Acho que é caso para pegar nestes super-heróis (só podem ser!) e pedir ajuda!

8 Comments:

  • Agora vou-me concentrar...só me saem disparates (com "i" e tudo!!).
    ...
    Sim. Encruzinhadas. Só que precisamos de setas, placas, qualquer coisa que nos oriente e nada temos a não ser a nossa liberdade. Saber que cada caminho abre outro e esse outro, e esse outro, cedo nos afasta do ponto de partida e nos sentimos perdidos.
    O remorso. O arrependimento. O "se..." e o nunca havemos de saber. Que outra vida? Que outra possibilidade? Que outro Eu?
    IM

    By Blogger IM, at 8:35 da tarde  

  • É. Neste momento penso muito para onde vai este "eu" que construiu caminhos muitas vezes "à pressa". Sem muito "sentido" de si próprio. Penso em quem poderia ser um outro Eu.

    By Blogger g., at 9:01 da tarde  

  • Se calhar nunca temos o "sentido" de nós mesmos...ou está antes, ou está depois, sempre desatempadamente. As escolhas mais importantes dão feitas, por vezes, na maior escuridão, sem nos darmos conta. Mas é nesses momentos também que as escolhas têm densidade...essas são as verdadeiras: aquelas que entregamos, cegamente, à intuição...
    (hoje estou muito nostálgica...)
    IM

    By Blogger IM, at 6:46 da tarde  

  • Concordo. Uma coisa que me aflige agora são escolhas feitas quando somos demasiado novos. E o nosso "eu presente", às vezes, não tem muito a ver com aquele "eu" que escolheu no passado. E agora andamos em "palpos de aranha" (lol!) com qualquer escolha que façamos... Por causa do passado e por causa do futuro...

    By Blogger g., at 10:58 da tarde  

  • É verdade...sem dúvida. Às vezes quase que nos custa a nos reconhecermos em opções do passado, com interesses tão distintos e formas de ser tão diversas (pensar que eu já tive pavor de aranhas, adorei praia e comi animais...). Mudamos muito, às vezes. As nossas opções do passado (que ditaram o nosso presente que, por sua vez, condiciona o futuro)parecem-nos tão estranhas, irremediavelmente longínquas do que faríamos hoje. Todavia, não estaríamos a dizer isto se não tivessem sido ESSAS as nossas escolhas, portanto, paradoxalmente, essas escolhas quase "alienígenas" são a condição da pergunta hoje e a base das diferenças que criámos."Perceves"?? (eheheheheh)
    (eia! estou chata como o diabo para um Domingo de manhã...deixa-me é ir equipar que me espera exercício duro!!!).
    IM

    By Blogger IM, at 10:04 da manhã  

  • Percevo, percevo. O que não percevo é de que é que nos adianta a "pergunta" quando já não há possibilidades de grandes mudanças graças a escolhas passadas...Quer dizer, adianta sermos auto-conscientes, claro. Mas sofremos bastante ao pensar que não dá para voltar para trás...

    By Blogger g., at 6:02 da tarde  

  • Se percevo...logo eu...uma percevedora nata...eheheheheh...
    IM

    By Blogger IM, at 11:48 da manhã  

  • Pois...Eu ultimamente é que não ando a percever nada. Tipo - "quem sou e para onde vou"...Ai, ai!(suspiro)

    By Blogger g., at 4:14 da tarde  

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