O Arroz de Casca

terça-feira, dezembro 19, 2006

Episódio ou «O Medo»


Era uma vez, num tempo mais quente e praseroso, em que uma caríssima amiga e colaboradora minha (cuja identidade me escuso obviamente a revelar) e eu própria, fomos numa "cruzada" em busca de lucros para a nossa Empresa - "casa" da qual, em breve, este blog contará a história ...Vamos a factos. Estávamos nós felizes e contentes observando mais uma noite kitsch desta cidade, eis senão quando encontro um amigo, acompanhado de um bem-parecido e desconhecido rapaz. A verdade é que, o dito, meia hora depois de entabular conversa com a minha amiguíssima, estava a dizer que queria mesmo estar com ela, e que era mesmo a sério, e que precisava de a ver mais vezes, e que se calhar era a mulher da vida dele, e patati, patata...«O costume», segredámos...Partimos para outra freguesia dentro do mesmo espaço. Não é que o bem-dito moço continuava a perseguir a minha amiga , fazendo-lhe juras de amor e repetindo a frase da noite (ao melhor estilo vira-o-disco-e-toca-o-mesmo): «Acredita que isto é mesmo (a) sério!».
Umas boas gargalhadas depois, lá continuamos a nossa vidinha de Olívia Patroa e Olívia Costureira. Entretanto - numa destas noites incógnitas e frias - deparámo-nos de novo com o meu amigo («esse grande querido» - agora o chavão aplica-se-lhe). Dois dedos de "cunbersa" e perguntámos ao mesmo tempo - como boa equipa que somos - «Olha lá, e o teu amigo?». A resposta veio curta e grossa: «Olha, casou-se há um mês»! De novo o únissono: «Não acredito!»... Seguido de: «Ele tinha namorada há 9 anos e, acreditem, que não era pessoa daquele tipo de coisas. Conheço-o bem.»
A explicação para esta estória ficará obviamente para as calendas de Maio ou, dentro de um anito, depois de mais um divórcio para a estatística. A questão é outra, amigos. Para quê viver não vivendo. Para quê munirmo-nos de capa, espada, escudo, elmo, bomba - tudo prestes a explodir? Quando de facto de sente qualquer coisa, é melhor deixá-la vir. Porque os sentimentos especiais são raros. Porque não "se sente" muitas vezes. Porque o medo nos impede de ser felizes.
Dizia a minha amiga: «Às vezes não imaginamos como um gesto nosso pode ser importante para alguém...». É assim... rimo-nos e seguimos em frente. Mas para quê viver com medo de viver?

Moral da estória: ou as últimas escapadelas são as que sabem melhor ou o destino tem razões que o coração desconhece ou...temos a estória do infeliz e inconsistente matrimónio do Mário Joaquim com a Maria Caxuxa (o que aliás não faz mal nenhum, porque é mais um potencial cliente para a nossa Empresa e, eu, como Olívia Patroa, tenho de controlar o negócio que esta crise não perdoa). Tenho dito.

PS - Este post é dedicado à minha «agente no terreno» de quem eu gosto tanto. (Veja lá a menina, porque não pense que é com esta patranha lamechas que lhe aumento o subsídio de Natal!)

4 Comments:

  • Adorei, adorei!!!quem me dera fazer parte dessa empresa/familia...ihihihi bjsss grandes

    By Anonymous Anónimo, at 4:28 da tarde  

  • Ora pois pode crer a rosita que isto é como família! Unidos venceremos, para o bem e para o mal. :)

    By Blogger g., at 11:42 da tarde  

  • Pois quanto a intensímetros (pelo menos os alheios) nada sei. Sei que estes são murmúrios do dia-a-dia que cada um encara com a «cara» que quiser. Acredito é que há - apesar da brincadeira com que (aqui) se leva estas e outras estórias -, às vezes, um sopro de sensações e emoções que todos teimamos em não viver. Seja pela máscara que se nos cola à cara. Seja pelo medo que se nos cola à pele.

    ps-...naquele momento fomos pelo menos 3 pessoas a achar que o "intensímetro" estava alto.

    Agradeço o Bom+. Mas só me contentarei com um Muito Bom. Lá chegaremos: agora foram só 6 meses a escrever pouquinho. O Arroz de Casca começa, doucement, a tomar consistência. Quando eu chegar ao meu Bom + (mais ou menos o melhor blog da galáxia), começarei a dar-me por satisfeita.

    By Blogger g., at 12:06 da manhã  

  • Obrigada e beijinhos, Catarse. Prometo que visitarei a Gabardine.

    By Blogger g., at 12:35 da manhã  

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